17/mai/2014...
Jornalistas da Rede Globo querem que Ministério do Trabalho esclareça ilegalidades na emissora
Jornalistas
da Rede Globo confiam na mediação do Ministério do Trabalho para
erradicar irregularidades que têm se multiplicado na emissora. Redução
em salários, assédio moral, acúmulo de funções, jornadas de 13 dias sem
folga e banco de horas negativo foram algumas das denúncias apresentadas
por cerca de 40 profissionais da empresa que estiveram reunidos com o
Sindicato por mais de duas horas na tarde desta terça-feira (06/05) em
um colégio do Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio. A mesa redonda com o
ministério poderá ajudar a esclarecer possíveis ilegalidades cometidas
pela Globo no processo de reestruturação em curso.
A reunião foi convocada a pedido dos jornalistas da Rede Globo após
redução abrupta nos salários, desde março, por uma decisão da empresa de
evitar que seus funcionários trabalhem além da jornada legal de cinco
horas mais duas extras. O problema é que essas horas extras robusteciam a
remuneração dos jornalistas, em um sistema estimulado pela emissora, já
que a média do salário-base por lá é baixo. Há casos de profissionais
que perderam R$ 2.000 de um mês para o outro.
Como compensação, a Globo ofereceu uma indenização calculada sobre a
média das horas extras pagas nos últimos seis meses. A compensação, de
baixo valor e que não resolve a perda mensal nos salários, é encarada
pelos jornalistas e pelo Sindicato como um ‘cala boca’ oferecido pela
empresa.
As justificativas dadas pelo setor de Capital Humano – nome do
departamento de recursos humanos da Rede Globo – aos funcionários foram
um verdadeiro festival de assédio moral. Os jornalistas relataram que
foram chamados um a um para conversar com analistas de recursos humanos,
que não respondiam de forma clara as perguntas e até chegaram a
espalhar boatos de que jornalistas fraudavam o ponto para ganhar mais. O
gestor direto era chamado a participar em muitas dessas reuniões, numa
atitude claramente intimidatória.
Pelo fim do ‘cheque especial’ do banco de horas
Para além dos salários, os jornalistas da Rede Globo também se
queixaram do sistema de banco de horas, em que começam o mês devendo 21
horas – que seriam relativas aos sábados não trabalhados. O Sindicato
reiterou que a prática é ilegal, apesar de estar disseminada nas
redações do Rio que adotaram o controle de ponto. A Justiça entende que a
empresa deve abonar as horas dos dias em que não requisita o
funcionário. O fim desse ‘cheque especial’ do banco de horas deverá ser
negociado com os patrões nas rodadas da campanha salarial.
Acúmulo e desvio de funções, jornadas de até 13 dias sem folga e a
obrigatoriedade de tirar uma hora de descanso no meio do expediente são
outros assuntos que deverão ser tratados na conversa com a mediação do
Ministério do Trabalho. Ficou acertado no encontro de segunda-feira que
uma nova reunião será marcada no mesmo local, em dois horários, para
atrair mais jornalistas insatisfeitos com o desrespeito aos direitos
trabalhistas na Rede Globo.
Jornalistas de outros veículos que desejam marcar encontros
similares, próximo aos seus locais de trabalho e sobre suas questões
específicas, devem procurar o Sindicato.
Disponível em: (http://jornalistas.org.br/index.php/jornalistas-da-rede-globo-querem-que-ministerio-do-trabalho-esclareca-ilegalidades-na-emissora/). Acesso em: 17/mai/2014.
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